49 dias para a Copa do Mundo: aos 49' do segundo tempo, o gol que mudou o destino do Brasil na edição de 2018

Bélgica, algoz do Brasil nas quartas da Copa de 2018, precisou de 'milagre' na fase anterior
Bélgica, algoz do Brasil nas quartas da Copa de 2018, precisou de 'milagre' na fase anterior / Arte: Eduardo Fricks
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Dentre todas as velhas máximas do futebol que são repetidas indiscriminadamente por locutores e comentaristas, uma das mais verdadeiras é: "o jogo só acaba quando termina". E por mais óbvia que ele pareça, este ditado carrega um grande significado de respeito à imprevisibilidade que faz esse esporte ser tão espetacular e singular: em fração de segundos, a história de um duelo pode mudar.

Hoje, faltando apenas 49 dias para o início da Copa do Mundo do Catar, o 90min relembra uma partida que teve seu desfecho redirecionado praticamente no "apagar das luzes", na volta final do ponteiro do relógio: Bélgica 3 x 2 Japão, resultado que obviamente afetou o destino da nossa Seleção Brasileira no Mundial da Rússia, em 2018.

Belgium v Japan : Round of 16 - 2018 FIFA World Cup Russia
Bélgica e Japão protagonizaram um dos grandes jogos da Copa de 2018 / Anadolu Agency/GettyImages

É verdade que apenas quatro anos se passaram desde então, mas algumas pessoas podem já não se lembrar que o Brasil esteve a poucos minutos de ter o Japão, e não a Bélgica, como adversário nas quartas de final daquela Copa do Mundo: sim, nossos algozes em solo russo estiveram por um triz de serem eliminados na fase anterior. Relembraremos essa história, agora:

Japão surpreende e coloca 'Diabos Vermelhos' nas cordas

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Japão fez um grande início de segundo tempo, mas perdeu força depois / JUAN BARRETO/GettyImages

Depois de um primeiro tempo equilibrado e sem gols na Rostov Arena, o Japão voltou do intervalo obstinado a fazer história naquele 2 de julho de 2018. Partindo pra cima da rival europeia, a equipe comandada por Akira Nishino abriu o placar do confronto aos 2' da etapa final através de Haraguchi, que aproveitou lançamento preciso de Kagawa e falha de Vertonghen para bater o goleiro Courtois.

Jogando e deixando jogar, o time nipônico correu risco grande de sofrer o empate apenas dois minutos depois de inaugurar o marcador, mas viu bela finalização de Eden Hazard explodir na trave. Mas isso não fez a equipe japonesa recuar, não: aproveitando os espaços dados pela equipe belga, os Samurais construíram bela trama aos 6', com Kagawa e Inui, e o camisa 14 não perdoou. Chute preciso da entrada da grande área no cantinho de Courtois e 2 a 0 no placar.

Diabos Vermelhos nas cordas, nocaute próximo... Mas o futebol é uma caixinha de surpresas, não é?


Reação belga muda destino da Copa do Mundo

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Bélgica bateu o Japão em virada emocionante na Rostov Arena / Anadolu Agency/GettyImages

Com 2 a 0 contra, a Bélgica parecia entregue e quase levou o terceiro gol do Japão aos 18', mas uma bela defesa de Courtois impediu o tento que poderia ter sido a "pá de cal" na jornada dos Red Devils em solo russo. 5 minutos depois de evitar o tento nipônico, a equipe de Roberto Martínez deu o primeiro sinal de que poderia ressurgir na oitavas: gol de cabeça de Vertonghen, se redimindo da falha no gol que inaugurou o placar na Rostov Arena.

Daí pra frente, foi só pressão da Bélgica, bombardeando a meta de Kawashima e abusando da bola aérea pela evidente vantagem de altura em relação à rival. Seleção veloz e de baixa estatura, o Japão sobrevivia como podia e apostava em um contra-ataque para tentar matar o confronto, mas ele não veio. O que veio foi a reação vermelha, aos 29' com Fellaini, e aos 49' com Nacer Chadli, selando a impressionante reviravolta que classificou a Bélgica às quartas.

Respeitando a imprevisibilidade que o futebol carrega em seu DNA, não podemos cravar que o Brasil ganharia nas quartas se seu rival fosse o Japão. Mas o domínio verde e amarelo no retrospecto contra os nipônicos, contrastante ao desempenho da Canarinho contra seleções europeias, pinta uma verdade clara: nossas chances de avançar as semifinais do Mundial da Rússia eram maiores se o Japão tivesse vencido naquele dia 2 de julho.