46 dias para a Copa do Mundo: a história da Taça Jules Rimet, batizada em 1946, e o roubo do tão sonhado troféu

Faltam 46 dias para começar a Copa do Mundo do Catar e o 90min te convida para uma viagem ao ano de 1946
Faltam 46 dias para começar a Copa do Mundo do Catar e o 90min te convida para uma viagem ao ano de 1946 / Arte: Eduardo Fricks
facebooktwitterreddit

A final da Copa do Mundo do Catar será no dia 18 de dezembro de 2022, no Estádio Lusail, véspera do dia em que a história da Taça Jules Rimet volta aos holofotes, devido ao roubo que aconteceu naquela data, em 1983, na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que na época era CBD (Confederação Brasileira de Desportos) e ficava no centro do Rio de Janeiro. Houve uma investigação, mas o objeto jamais foi encontrado. A versão mais famosa diz que o troféu foi derretido pelo ourives argentino Juan Carlos Hernández e transformado em barras de ouro que, eventualmente, foram vendidas.

E por que ela estava no Brasil? A resposta é simples. O objeto de desejo de todos os jogadores que disputam o principal torneio de futebol do planeta ganhou o nome de Taça Jules Rimet em 1946, uma homenagem ao então presidente da Fifa, idealizador da Copa do Mundo. O primeiro país tricampeão mundial teria o direito de ser o detentor da taça, e isso aconteceu com o Brasil em 1970, no Estádio Azteca, no México. Uma réplica chegou a ser projetada, mas ficou guardada em um cofre, enquanto a original estava em uma sala na sede da entidade que comanda o futebol brasileiro.

A primeira Copa do Mundo aconteceu em 1930 e o responsável por confeccionar a taça foi o francês Abel Lafleur, funcionário do Museu de Belas Artes Denys-Puech, em Rodez, sul da França. Ela pesava 3,8kg e só foi batizada com o nome do presidente da Fifa quando o mesmo completou 25 anos no cargo, em 1946, quando não houve o torneio em virtude da II Guerra Mundial. A obra retratava a deusa grega Niké - símbolo da vitória e da glória - e era feita de ouro e mármore.

A Jules Rimet também havia sido roubada em 1966, durante uma exposição no Westminster Central Hall, em Londres, e foi encontrada na mesma cidade graças a um cachorro da raça Collie chamado Pickles. Assim que a Seleção Brasileira conquistou o terceiro título no México, uma nova peça foi encomendada e criada pelo escultor italiano Silvio Gazzaniga. Ele faleceu em 2016, aos 95 anos. Ela virou o "Troféu da Copa do Mundo FIFA”,

O caso da Taça Jules Rimet é contado em livros como "O Roubo da Taça: Preconceito, Tortura, Extorsão", de Wilson Aquino, "Pickles and the Stolen World Cup: Based on a True Story" , de Posey Parker, e virou até filme - "Rimet: a incrível história da Copa do Mundo" (2010), documentário de César Meneghetti, Filipo Macelloni e Lorenzo Garzella, e "O Roubo da Taça" (2016), comédia de Caíto Ortiz.