Payet, do Vasco, critica calendário no Brasil e revela acordo para voltar ao Olympique de Marselha
- Meia-atacante possui contrato com o Vasco até maio de 2025
- Declaração de Payet causou surpresa na torcida cruzmaltina
Titular nos últimos quatro jogos do Vasco, o meia-atacante francês Dimitri Payet tem contrato até maio de 2025 e deixou em aberto o futuro no Gigante da Colina durante depoimento ao jornal L'Équipe publicado nesta terça-feira (26).
"Foi uma temporada ótima na França e no final houve a saída, mas com o Olympique há um negócio fechado. Haverá um retorno e discutiremos mais tarde os detalhes do porquê ou como. Obviamente quero ajudar, ser útil para continuar ajudando o clube a crescer, mas sim, está assinado."
- Payet, camisa 10 do Vasco
Contratado em agosto de 2023, Payet demorou a encaixar no time e em 2024 não conseguiu ter sequência, afetado por questões físicas. Meio-campista de origem, também já foi escalado como ponta esquerda e segundo atacante. Após mais de um ano no Rio, ele fez um balanço da primeira experiência dele fora do futebol europeu.
"O mais difícil para mim, para ser sincero, foi o clima. Porque, em termos de umidade e calor, em um domingo às 16h com 38ºC é muito difícil jogar. Além disso, há o calendário. Não jogamos nem Sul-Americana nem Libertadores, mas tivemos uma agenda cheia. Não sei como os jogadores que disputam essas copas conseguem, mas para ser sincero, é muito, muito difícil."
- Payet sobre o futebol brasileiro
Com mais de 300 jogos pelo clube francês, Payet passou lá a fase mais artilheira de sua trajetória profissional no clube da Costa Azul. Ao todo foram duas passagens entre 2013 e 2023, sendo que neste meio tempo foi emprestado ao West Ham (Inglaterra).
"Minha última temporada na Europa foi difícil pessoalmente, porque obviamente quero jogar. Como capitão, acho que simplesmente fiz o que deveria. Esse é o meu ponto de vista. Futebol é, antes de tudo, um esporte coletivo, e foi isso que fiz. Cuidei dos outros, daqueles que não jogavam comigo, dos que estavam jogando e pequenos problemas que poderiam ter surgido no vestiário ou entre o técnico e os jogadores."
- Dimitri Payet sobre o Olympique
"A pressão depois de 10 anos no Olympique de Marselha você sabe como é. Tenho a impressão de nunca ter saído do Marselha, porque os torcedores no Brasil são tão extremos em sua positividade e negatividade. Você nunca tem paz de espírito, então é por isso que eu sempre tenho que dar o meu melhor. Os brasileiros tiveram jogadores como Romário e Pelé em sua história que tornam a régua ainda mais alta."
- Payet sobre a pressão no Brasil
A melhor fase da carreira dele foi no futebol francês. Se profissionalizou no Nantes, depois passou por Saint-Étienne e Lille até a primeira passagem em Marselha que durou entre 2013 e 2015. Já na seleção o auge foi na campanha do vice-campeonato da Eurocopa 2016, quando marcou três gols e deu duas assistências. Portugal levantou a taça naquela ocasião.
Aos 37 anos, ele admite que está na reta final da carreira, mas ainda se vê em condições de atuar em alto nível e a princípio a volta ao clube pelo qual tem carinho nada tem a ver com um projeto antes de pendurar as chuteiras.
"Quando eu acordo gosto muito de treinar. Não acho que o fim está próximo, mas, infelizmente, sei que em algum momento meu corpo vai me dizer um basta. Eu amo tanto jogar bola, tanto o futebol que acho que aposentar será difícil para mim. Digo a mim mesmo: no dia em que eu tiver que parar de treinar, de jogar e de dar prazer às pessoas, fazer o que amo e fiz durante toda a minha vida será difícil, mas é claro que farei outra coisa. Isso também vai me permitir aproveitar mais a família ."
- Payet sobre aposentadoria