5 erros que explicam o rebaixamento do Athletico-PR à Série B de 2025

  • Athletico-PR construiu rebaixamento desde o início da temporada centenária
  • Petraglia interviu negativamente com decisões controversas durante o ano
Athletico venceu três, empatou dois e perdeu oito jogos com Lucho González no Brasileirão
Athletico venceu três, empatou dois e perdeu oito jogos com Lucho González no Brasileirão / Eurasia Sport Images/GettyImages
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Prometendo muitas conquistas e alto desempenho no ano do centenário, o Athletico-PR entregou apenas frustração e decepção para o torcedor em pleno ano do centenário. A temporada 2024 foi encerrada com um indiscutível rebaixamento no Brasileirão, definido após a derrota por 1 a 0 contra o Atlético-MG, na Arena MRV.

O desempenho da equipe que entrou em campo na 38ª rodada do Brasileirão traduziu perfeitamente o Furacão no extracampo durante o ano inteiro: desorganizado, sem identidade e ineficaz para cumprir seus objetivos. Buscando propor uma reflexão para entender melhor o rebaixamento do Athletico-PR, separamos os principais erros cometidos pela gestão de Mário Celso Petraglia durante o ano.

1. Falta de convicção no comando técnico

Juan Carlos Osorio
Athletico-PR iniciou 2024 sob comando de Juan Carlos Osorio / Pool/GettyImages

O planejamento da temporada 2024 do Athletico foi modificado logo no início do ano com a demissão de Juan Carlos Osorio, devido ao péssimo desempenho no Campeonato Paranaense. O treinador estava utilizando o estadual como laboratório para as competições nacionais, mas Petraglia ficou incomodado com a falta de resultados e optou pela troca de comando técnico e estratégia durante o torneio.

Desde então, Cuca, Juca Antonello e Martín Varini ocuparam o cargo de treinador do Athletico até a chegada de Lucho González. Cinco técnicos diferentes em um intervalo de nove meses não consiste com a ideia de uma diretoria séria e comprometida com um projeto de sucesso esportivo.

2. Desmantelamento da gestão profissional

Julimar, atacante do Athletico-PR em 2024
Julimar recebeu críticas da torcida durante toda a temporada / Foto: Vinicius Do Prado/Agência F8/Gazeta Press

O maior erro do Athletico-PR neste ano consistiu na demissão do CEO Alexandre Leitão, contratado para implementar uma gestão profissional pensando em revender o Furacão como uma SAF bem sucedida. Os atritos com Petraglia também ocasionaram as saídas do dirigente Diogo Kotscho, do diretor André Mazzuco e de outros profissionais importantes como analistas de mercado, das categorias de base, da gerência financeira e do técnico sub-20.

Petraglia decidiu centralizar todas as funções possíveis em cima de Paulo Autuori, um profissional que está em baixa no futebol brasileiro há muitos anos e não tinha histórico positivo na gestão de clubes. O diretor de futebol não conseguiu lidar com o acúmulo de cargos.

3. Demissão de Martín Varini

Martin Varini
Martin Varini foi demitido antes de jogo decisivo pela Sul-Americana / Heuler Andrey/GettyImages

Após o empate por 0 a 0 em Santa Catarina, Petraglia optou pela demissão de Martín Varini. O técnico uruguaio havia reestabelecido o ambiente no vestiário após a tumultuada saída de Cuca e estava implementando um novo padrão de jogo ofensivo no Furacão. Em entrevista, Varini afirmou não ter encontrado o dirigente durante sua passagem pelo clube e disse que ficou surpreso com a demissão em um período de recuperação.

“Tenho muita gratidão pelas pessoas que me dão oportunidades. Sou um treinador novo e sei que o Athletico apostou em mim. Então sou muito grato por isso. Sei que é uma questão de saúde que impedia o presidente de estar no dia a dia. Para mim está tranquilo e, como falei, não peço explicações. Se a decisão está tomada, eu respeito e foco na sequência da minha carreira.”

4. Chegada do inexperiente Lucho González

Lucho González
Lucho González foi contratado após péssimo desempenho no Ceará / Eurasia Sport Images/GettyImages

Como se não bastasse a demissão de um jovem treinador com potencial, o Athletico-PR resolveu apostar no ex-jogador Lucho González. Em seu único trabalho como técnico principal antes de assumir o Furacão, Lucho teve aproveitamento de 23.3% em apenas dez jogos no comando do Ceará, acumulando cinco derrotas e uma vitória, deixando o Vozão em 17º lugar do Brasileirão 2022. A primeira impressão inclusive foi terrível, com três gols sofridos contra o Racing pela Copa Sul-Americana em apenas 40 minutos de partida.

Sem variação ofensiva e nenhuma versatilidade, Lucho González apostava unicamente em uma formação defensiva com bloco baixo, tentando saídas em velocidade nos contra-ataques. Contudo, o excesso de faltas e o grande nível de desconcentração nos minutos decisivos foram as principais marcas do trabalho de Lucho, sacramentando o rebaixamento do Athletico no segundo semestre.

5. "Pacto"

Por fim, o momento mais constrangedor do Athletico durante a temporada consistiu na divulgação de um vídeo inusitado para engajar o torcedor nos seis jogos finais da temporada. Utilizando frases como "entregue sua alma", o vídeo de aspecto macabro utilizou referências dos 100 anos do Furacão e fez alusões à títulos importantes, além de provocações ao rival Coritiba.

Alvo de críticas desde o momento da divulgação, o vídeo acabou virando alvo de piadas por torcedores de todos os demais clubes do Brasileirão principalmente após a confirmação do rebaixamento. Que em 2025, o pacto da gestão do Athletico-PR seja com a profissionalização através da chegada de uma gestão descentralizadora.


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